(i)literacias
segunda-feira, dezembro 12, 2005
A carta que nunca escrevi
Pai Natal:
Quando eu era pequena estavas a contrato algures na Lapónia. Tinhas renas com boas pernas, eras gordinho, tinhas um ar prazenteiro e trazias-me muitos presentes.
A crise fez com que deslocalizassem a empresa, sobrevives à custa de uns recibos verdes cuja segurança social nem sequer te deixa trazer-me um pacote de rebuçados. O que te aconteceu, Pai Natal?
Quando deixei de acreditar em ti e comecei a fazer contas à vida, percebi que não basta querer para se oferecer. É preciso ter. como fazes tu, Pai Natal?
Sabes, aqui há tempos lembrei-me de uma maneira de conseguir presentes para todos. Sem ficar na bancarrota. Lembrei-me de escrever em bocadinhos de papel os presentes que gostaria de oferecer às pessoas de quem gosto.E oferecer-lhes esses papéis como uma promessa a longo prazo. Convenhamos, Pai Natal, neste momento tenho apenas um saco cheio de papéis. E muitos remorsos na consciência. É que não há OUTLET que nos valha nesta altura. Principalmente quando não temos barba nem criancinhas. Resta-me pedir-te o barrete, Pai Natal. Pode ser que esse ao menos me sirva...
Posted by XAyiDe ::
4:11 da tarde ::
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