(i)literacias
quinta-feira, abril 27, 2006
O vizinhoAo longo da minha (ainda) curta vida habituei-me a não distinguir as caras com as quais me cruzava fortuitamente numa das inúmeras moradas que já ocupei. Aqui não é diferente. No entanto, porque o condomínio e a regra da boa convivência assim o obriga, o meu pai vai traçando laços informais e despretensiosos com os vizinhos. Foi assim que fiquei a saber que vivemos paredes meias com 4 personalidades. A mãe (que até ver só tem uma) e o filho (que congrega as outras 3).
Os prédios são permeáveis a cheiros (normalmente a sopa, no vão de entrada)e a ruídos. Foi assim que consegui perceber que o petiz e os seus 2 amigos (isto porque suponho que uma das personalidades seja mais u menos residente)convivem amigavelmente ntre gritinhos e ralhetes da mãe. Levar o lixo? Uma aventura! Nunca se sabe se a resposta a um cumprimento será olá...ou um gesto menos próprio que ganhou vida naquele olhar esgazeado.
Ele lá está, a brincar sozinho. No pedaço de jardim que nos deixaram neste paraíso de betão, rola a bola ao ritmo dos pontapés. E invariavelmente estão tristes as três personalidades. sentir-se-ão sozinhas?
Eis que a censura me chega do backoffice desta simples ferramenta que é o blogger. Há uns quantos dias que não consigo postar uma palavrinha para amostra, não consigo aceder a estatísticas, a fotos...
Decretaram-me um Black out...Ou Blog out.
segunda-feira, abril 24, 2006
In transitÀ distância dos negros dias que foram construindo a circunferência melancólica da minnha geometria quotidiana, constato agora que a linha perpendicular foi finalmente traçada. Não é um recomeço, mas um reajuste, não é uma partida, mas um ponto no caminho. Continuo a não saber o que serei eu Amanhã, mas sei, sim, que durante os próximos amanhãs serei eu agora.
limparei o meu errómetro para começar tudo do zero.
A distância, física e cronológica é um "mixdown to file". Deixo muitas equações a pairar no éter, amplificadas na minha cabeça. Não são ruídos, são palavras de sabor, de sentir, de saber.
É preciso baralhar e voltar a dar. É preciso não esquecer que a geometria é demasiado complexa para sobreviver com um qualquer penta de opções.
terça-feira, abril 18, 2006
Feeling Dark
segunda-feira, abril 10, 2006
Stress Pós traumáticoPara quem acompanha a minha vida de perto, um aviso: este título nada tem a ver com trabalho (pelo menos actual). Eis que hoje, quando lia descontraidamente o Público, vejo uma breve que vociferava assim:
Um jornal novo em Coimbra (NOVO JORNAL de seu nome). Director: Fernando Moura (meu ex-ex-ex whatever)patrão, cujos emolumentos da minha dispensa verbal devem ter sido gastos para recuperar da lama que se lhe agarrou ao nome. Eis que me apercebo que a dita verba deve ter ajudado à formação desta nova mise-en-scene. É um performativo, o senhor.
Acho que vou reclamar sociedade.
Pois que não há cadência nem paciência.
Pois que não há tempo nem palavra.
Pois que não há rede nas redes intranaúticas.
Pois que não há cabeça, nem headers nem textos.
Pois que há um blog.
Pois que há.